Galeria dos Mártires - Nelson Mandela
NELSON MANDELA
Símbolo da Liberdade e do Direito
Johannesburgo, África do Sul * 06/12/2013
Nelson Mandela foi um líder rebelde e,
posteriormente, presidente da África do Sul de 1994 a 1999. Seu nome verdadeiro
é Rolihlahla Madiba Mandela. Principal representante do movimento
antiapartheid, considerado pelo povo um guerreiro em luta pela liberdade. Era
tido pelo governo sul-africano como um terrorista e passou quase três décadas
na cadeia.
De etnia Xhosa, Mandela nasceu num pequeno vilarejo
na região do Transkei. Aos sete anos, Mandela tornou-se o primeiro membro da
família a frequentar a escola, onde lhe foi dado o nome inglês
"Nelson". Seu pai morreu logo depois e Nelson seguiu para uma escola
próxima ao palácio do Regente. Seguindo as tradições Xhosa, ele foi iniciado na
sociedade aos 16 anos, seguindo para o Instituto Clarkebury, onde estudou cultura
ocidental.
Em 1934, Mandela mudou-se para Fort Beaufort,
cidade com escolas que recebiam a maior parte da realeza Thembu, e ali se
interessou pelo boxe e por corridas. Após se matricular, começou o curso para
se tornar bacharel em direito na Universidade de Fort Hare, onde conheceu
Oliver Tambo e iniciou uma longa amizade.
Ao final do primeiro ano, Mandela se envolveu com o
movimento estudantil, num boicote contra as políticas universitárias, sendo
expulso da universidade. Dali foi para Johanesburgo, onde terminou sua
graduação na Universidade da África do Sul (UNISA) por correspondência.
Continuou seus estudos de direito na Universidade de Witwatersrand.
Como jovem estudante de direito, Mandela se
envolveu na oposição ao regime do apartheid, que negava aos negros (maioria da
população), mestiços e indianos (uma expressiva colônia de imigrantes) direitos
políticos, sociais e econômicos. Uniu-se ao Congresso Nacional Africano em 1942
e dois anos depois fundou, com Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros, a
Liga Jovem do CNA.
Depois da eleição de 1948 dar a vitória aos
afrikaners (Partido Nacional), que apoiavam a política de segregação racial,
Mandela tornou-se mais ativo no CNA, tomando parte do Congresso do Povo (1955)
que divulgou a Carta da Liberdade – documento contendo um programa fundamental
para a causa antiapartheid.
Comprometido de início apenas com atos não
violentos, Mandela e seus colegas aceitaram recorrer às armas após o massacre
de Sharpeville, em março de 1960, quando a polícia sul-africana atirou em
manifestantes negros, matando 69 pessoas e ferindo 180.
Em 1961, ele se tornou comandante do braço armado
do CNA, o chamado Umkhonto we Sizwe ("Lança da Nação", ou MK),
fundado por ele e outros militantes. Mandela coordenou uma campanha de
sabotagem contra alvos militares e do governo e viajou para o Marrocos e
Etiópia para treinamento paramilitar.
Em agosto de 1962 Nelson Mandela foi preso após
informes da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco anos de
prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Em 1964 foi
condenado a prisão perpétua por sabotagem (o que Mandela admitiu) e por
conspirar para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela
nega).
No decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela se
tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor
"Libertem Nelson Mandela" se tornou o lema das campanhas
antiapartheid em vários países.
Durante os anos 1970, ele recusou uma revisão da
pena e, em 1985, não aceitou a liberdade condicional em troca de não incentivar
a luta armada. Mandela continuou na prisão até fevereiro de 1990, quando a
campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado
em 11 de fevereiro, aos 72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de
Klerk.
Como presidente do CNA (de julho de 1991 a dezembro
de 1997) e primeiro presidente negro da África do Sul (de maio de 1994 a junho
de 1999), Mandela comandou a transição do regime de minoria no comando, o
apartheid, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da
reconciliação interna e externa.
Ele se casou três vezes. A primeira esposa de
Mandela foi Evelyn Ntoko Mase, da qual se divorciou em 1957 após 13 anos de
casamento. Depois se casou com Winnie Madikizela, e com ela ficou 38 anos,
divorciando-se em 1996, com as divergências políticas entre o casal vindo a
público. No seu 80º aniversário, Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de
Samora Machel, antigo presidente moçambicano.
Após o fim do mandato de presidente, em 1999,
Mandela voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos
humanos. Ele recebeu muitas distinções no exterior, incluindo a Ordem de St.
John, da rainha Elizabeth 2ª., a medalha presidencial da Liberdade, de George
W. Bush, o Bharat Ratna (a distinção mais alta da Índia) e a Ordem do Canadá.
Em 2003, Mandela fez alguns pronunciamentos
atacando a política externa do presidente norte-americano Bush. Ao mesmo tempo,
ele anunciou seu apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a AIDS
chamada "46664" - seu número na época em que esteve na prisão.
Em junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou que
se retiraria da vida pública. Fez uma exceção, no entanto, por seu compromisso
em lutar contra a AIDS.
A comemoração de seu aniversário de 90 anos foi um
ato público com shows, que ocorreu em Londres, em julho de 2008, e contou com a
presença de artistas e celebridades engajadas nessa luta.
Nelson Mandela faleceu em 2013 aos 95 anos em sua
casa na África do Sul.
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