Galeria dos Mártires - Lucio Aguirre Monge e Elpidio Cruz
LUCIO AGUIRRE E ELPIDIO CRUZ
Mártires do Evangelho e da Igreja Solidária
HONDURAS * 07/12/1981
Militantes cristãos salvadorenho e hondurenho, promotores da Caritas no município de La Virtud. Mártires da solidariedade entre os
refugiados salvadorenhos.
Lucio, salvadorenho, ministro da Palavra, agente da Caritas Internacional, ajudava principalmente aos refugiados de El Salvador que viviam em extrema miséria em Honduras. Ameaçado por soldados hondurenhos e salvadorenhos foi finalmente morto por estes últimos, que invadiram o território de Honduras, para capturar 30 refugiados e trucidá-los. Lucio se opôs e foi assassinado no dia 07 de dezembro, deixando dois filhos menores e a esposa
também ameaçada de morte.
Elpidio Cruz, hondurenho, leigo, funcionário da Caritas, morador da zona de La Virtud, Honduras. Por dois anos ele e sua família hospedaram a seis famílias salvadorenhas, compartilhando com eles o pouco que tinham para sobreviver.
Em várias ocasiões os militares hondurenhos o ameaçaram de morte. Queriam que mandasse embora de sua casa as famílias salvadorenhas: "Não têm para onde ir... se me vão assassinar por ter dado hospitalidade, que assim seja!"
Um dia chamaram a Elpidio e a um refugiado salvadorenho ao posto militar. Colocaram-lhes sacos de alimentos sobre suas cabeças e os levaram até a fronteira de El Salvador. Metralharam Elpidio no dia 15 de novembro, mas o salvadorenho escapou, escondendo-se no bosque por 8 dias até que pôde voltar à casa de Elpidio. E Victoria, a viúva de Elpidio, continuou hospedando os refugiados, apesar das ameaças que recebia. O corpo de Elpidio foi encontrado numa aldeia vizinha, irreconhecível por causa das aves de rapina.
O
martírio de Lucio e Elpidio se insere num quadro de impiedosa perseguição:
ameaças, desaparecimentos, torturas, bombardeios, interrogatórios permanentes,
assassinatos, bloqueios ao suprimentos de água e alimentos. Os refugiados salvadorenhos foram perseguidos e da mesma forma os voluntários que lhes
prestavam ajuda, especialmente os membros da Caritas. De modo especial foram perseguidos os ministros da Palavra, por suas lideranças na comunidade e os
sacerdotes que denunciavam as atrocidades. Os padres Fausto Milla e José
Burdak, hondurenhos, tiveram que deixar o país.
Os integrantes de
organizações estrangeiras de solidariedade foram perseguidos, embora mais
veladamente, exceto aquelas seitas protestantes, agentes do governo dos
Estados Unidos e instrumentos das ditaduras.
Assistiram aos funerais de Elpidio
e Lúcio o bispo da diocese e Dom Evelio Dpmínguez, bispo auxiliar de Tegucigalpa e presidente
nacional da Caritas. Numa declaração posterior, ambos afirmaram que "Elpidio e Lúcio são
mártires do Evangelho e da Igreja que procura ser fiel à mensagem de Jesus".
Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada.
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