Galeria dos Mártires - Adelino Ramos
ADELINO RAMOS
Mártir da Terra Livre
PORTO VELHO-RO * 27/05/2011
Adelino Ramos, 56 anos, dirigente camponês, agricultor, que
participou da invasão da fazenda Santa Elina, palco do massacre de Corumbiara
(RO), em agosto de 1995, foi assassinado na manhã de 27 de maio de 2011, no
distrito de Vista Alegre do Abunã, em Porto Velho (RO), enquanto vendia verduras produzidas no
acampamento onde vivia. Adelino estava acompanhado da esposa e duas filhas quando foi abordado e atingido com cinco tiros.
O homem atirou cinco vezes e continuou andando e se escondeu na mata quando a mulher de Adelino, identificada como Eliana, começou a gritar. Ela está sob proteção policial porque viu o assassino.
Em junho de 2010, durante reunião em Manaus (AM), Dinho chegou a denunciar ao ouvidor agrário nacional, Gercino Silva, sobre as ameaças de
morte que sofria.
Era perseguido por latifundiários
como um dos líderes do MCC. Ele morava no Assentamento Agroflorestal Curuquetê,
em Lábrea, no Amazonas, e denunciava a ação de madeireiros.
Segundo a CPT, Dinho e um grupo de trabalhadores
reivindicavam uma área na região para a criação de um assentamento. No início deste mês de maio, o Ibama iniciou uma operação
no local, onde apreendeu madeira e cabeças de gado que estavam em áreas de
preservação. A CPT na região acredita que esse foi o motivo da morte do
camponês.
O assassinato de Adelino Ramos é o terceiro na
Amazônia Legal em menos de uma semana. Na terça-feira 24 de maio, José Cláudio Ribeiro da Silva
e Maria do Espírito Santo foram mortos a tiros numa estrada vicinal em Nova
Ipixuna, sudeste do Pará.
A CPT denuncia que madeireiros estão
ameaçando de morte a agricultura Nilcilene Miguel de Lima, de Lábrea,
presidente da Associação “Deus Proverá”, no sul do Amazonas. Assentada na região há sete anos, Nilcilene
desenvolve atividades de cultivo familiar ligadas à conservação do meio ambiente,
da floresta e ao ativismo social.
A rica e exuberante região de Lábrea, na divisa dos
estados do Acre, Rondônia e Amazonas, tem sido palco de muitos conflitos nas
últimas décadas por causa da luta pela posse terra, principalmente para
pecuária e exploração madeireira.
Os então ministros Gilberto Carvalho
(Secretaria-Geral da Presidência da República) e Maria do Rosário Nunes
(Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República) divulgaram uma
nota sobre o assassinato do líder camponês Adelino Ramos. Eles manifestam
“total repúdio e indignação”.
Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada.
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