Galeria dos Mártires - Edgar Fernando García

EDGAR FERNANDO GARCÍA
Ativista Social, Desaparecido
GUATEMALA * 18/02/1984

Edgar Fernando García tinha 27 anos, um estudante da Faculdade de Engenharia da USAC e trabalhador administrativo na Centroamericana de Vidro, S.A. (CAVISA), de onde se integrou ao sindicato como secretário de atos e acordos. Ele também estava ligado a Juventude Patriótica do Trabalho do Partido Guatemalteco do Trabalho (PGT).

No sábado, 18 de fevereiro, 1984, Edgar Fernando García sair a pé de sua casa na zona 7 da Cidade da Guatemala, em direção ao seu trabalho na estrada Aguilar Batres, zona 12. Neste mesmo dia tinha almoçado com sua esposa e filha na casa de sua irmã.

Ao longo do caminho, Fernando se encontrou com Danilo Chinchilla. Na altura do mercado El Guarda, próximo do trevo, estava formada uma barreira montada pela Brigada de Operações Especiais (BROE) da Polícia Nacional (PN). 

Os policiais os obrigaram a parar, mas eles tentaram fugir. Os agentes responderam atirando, e dois ficaram feridos: Fernando García foi transferido para o Quinto Cuerpo da Polícia Nacional localizado na entrada San Juan; Danilo Chinchilla foi conduzido por uma forte escolta, ao Hospital Roosevelt. A vigilância não foi interrompida em nenhum dos dois estabelecimento.

Naquele mesmo sábado, homens à paisana que dirigiam veículos sem placas, procurou a casa de Fernando García, carregando seus pertences. Os homens relataram para a mãe e a esposa da vítima, que Fernando regressaria na terça-feira.

Ele nunca mais voltou.

O caso de Edgar chegou aos tribunais guatemalteco, mas os juízes rejeitaram o pedido do Ministério Público para caracterizar como crime de desaparecimento forçado. Os ex-agentes da Policia Nacional, Abraham Lancerio Gómez e Héctor Roderico foram vinculados ao caso após a revisão completa dos arquivos da antiga Polícia Nacional.

Seu caso foi apresentado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em 22 de agosto de 2000, a Comissão declarou admissível em 21 de Outubro de 2006. A Comissão procurou uma solução amigável entre a família e o GAM e o Governo da Guatemala, mas o Estado da Guatemala não mostrou sinais de chegar a um acordo, pelo contrário, colocou uma série de obstáculos, o que causou um atraso injustificável no processo. 

A família pediu que o caso fosse transferido para a Corte Interamericana de Direitos Humanos, para que esta alta Instância soubessem do desaparecimento forçado de Edgar Fernando García e aplicassem a condenação contra o Estado da Guatemala.

Em 18 de outubro de 2010, o julgamento de Hector Ramirez Rios e Abrahan Lancero Gomez, dois ex-oficiais da Polícia Nacional, começou. Eles foram acusados ​​de desaparecimento forçado e homicídio de Edgar Fernando García em 18 fevereiro de 1984. Condenados a uma pena máxima de 62 anos. 

Nineth Montenegro, esposa de Edgar Fernando Garcia, falou do sofrimento em que ela e sua filha foram submetidas, e sua luta por justiça. 

Alejandra García, filha de Fernando García, assim como o Ministério Público, têm afirmado que eles têm mais de 550 documentos dos arquivos da Polícia Nacional. Este é o primeiro caso na Guatemala a ser baseado no Arquivo Histórico da Policia Nacional, nos 14 anos desde a assinatura de Paz.



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