Ali Primera

ALI PRIMERA
Poeta e Cantor da Justiça 
VENEZUELA * 16/02/1985

Ali Primera, poeta e cantor do povo. Pai de sete filhos. Lutador do amor para com os pobres. Morreu aos 44 anos. "Como é triste ouvir a chuva / nas casas de papelão, / crianças cor da minha terra, / com suas próprios cicatrizes / milionários de verme ...", sua voz ressoa, torrente de verdades e poesia nos estádios e praças. Nunca em estúdios de televisão ou rádio. 

Seu gigantesco microfone é o coro e as palmas das pessoas que o acompanhavam. Pobre desde o berço, em Paraguaná, órfão de pai aos três anos, engraxate aos seis, menino de cabelos crespos e espírito desafiador, chega em Caracas, Venezuela, com seu violão de quatro cordas e canta na Universidade. 

Desde aquele dia brotavam canções de amor, de denuncia e dor. Se proclamado cristão da mesma Igreja de Monsenhor Romero, comprometida com o povo e durante um dia de oração para El Salvador, na catedral, diz: "Eu costumo cantar: 'Não, não basta rezar / para conquistar a paz ...", mas eu digo que devemos rezar, como estamos fazendo ...".

Naquela manhã, de volta para casa, morreu na hora em um acidente de carro.

A morte, que tantas vezes o espreitava em ataques, ameaças, se apresentada de vez. Uma multidão acompanhou os seus restos mortais à sua terra natal. Sol Musset, sua esposa, explica a seus filhos disse em gesto: "Vamos plantar o papai". E Ali, florescido, segue cantando: "Eu já disse que o povo / se encontra indefeso / qual ninho de gaivota / Eu juro que eu vi / como um ancião ferido / como uma criança / o grão de trigo /. em frente ao moinho. / Mas eu acredito na sua força / que se você está indefeso / não será para sempre ... ".

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