Galeria dos Mártires - Carlos Fuentealba

CARLOS FUENTEALBA
Mártir da Educação Libertadora
ARGENTINA * 04/04/2007

Carlos Fuentealba nasceu em 1966 em Junin de los Andes, em área montanhosa da província de Neuquén, Argentina. Ele cresceu em uma família pobre, perto do Lago Lácar, em San Martin de los Andes, a cerca de 400 km ao sul da cidade de Neuquén, onde realizou os estudos primários. Se mudou para a capital da província para cursar o ensino secundário na Escola Industrial General Torres, onde se formou técnico químico.

Nos anos seguintes, ele trabalhou em vários empregos: em um laboratório, no supermercado, num hangar, em um rádio e também numa fábrica de suco. Nos anos 80, ele trabalhou no Sindicato da Construção (UOCRA). Patricia Varela, diz sobre Carlos: "Desde adolescente, ele conseguiu um emprego administrativo em UOCRA, onde ele se envolveu na luta por melhores salários e melhores condições de vida, depois que ele se formou, e, desde então, acompanhou seus amigos ativistas em cada luta.

Se associou ao Movimento ao Socialismo (MAS) de onde saiu em 1993. Em seguida, se ajuntou ao Novo Movimento ao Socialismo (Novo MAS), até os dias de sua morte.

Formado em 2005, aos 38 anos, começou a trabalhar como professor de química no Centro Provincial de Educação de Média (CPEM), num dos bairros mais pobres de Neuquén. Foi eleito por seus companheiros como Delegado Sindical. Em 2006, ele foi premiado com o "Rei do Colégio" como melhor professor, atribuído pelos alunos.

No contexto de uma greve do sindicato dos professores, no dia 04 de abril de 2007, embora Carlos não estivesse de acordo com a maioria de fazer a paralisação naquele local, pois considerava perigoso, acabou sedendo e fora para as ruas. A policia foi ordenada pelo Governador Jorge Sobisch para impedir as manifestações e garantir o livre tráfego sobre as vias públicas.

Os professores foram recebidos com balas de borracha, gás lacrimogêneo, bombas de tinta e um carro pipa, onde eram atirado água nos professores. Muitos se refugiaram em uma estação de serviço nas proximidades (que pertence ao irmão do governador, Fernando Ponte) e outros foram perseguidos pela polícia, apesar de terem se retirado da rota. Depois de uma conversa entre os líderes e policiais na estação, a ação policial foi parado e os professores se retiraram em grupos, a pé e em carros, para a cidade de Senillosa, escoltados por viaturas policiais. Então, sem aviso, as vans da polícia foram para frente da caravana, encurralando os professores e retomou o uso da força.

Carlos Fuentealba se encontrava no banco de trás de um carro Fiat 147, quando o policial José Darío Poblete, integrante do Grupo Especial de Operação Policial (G.E.O.P.) da cidade vizinha de Zapala, disparou uma bomba de gás lacrimogêneo no carro que estava cerca de dois metros de distância. A bomba atravessou o vidro do veículo e bateu no pescoço de Fuentealba, causando um colapso no crânio. Ele foi levado para o hospital, submetido a duas operações, mas morreu no dia seguinte.

Carlos Fuentealba tinha 40 anos e duas filhas com idades entre 10 e 14 anos.

Após seu assassinato, seus companheiros de militância do Nuevo MAS decidiram nomear seu grupo como "Carlos Fuentealba Associação Nacional" em sua homenagem e como uma forma de reivindicar a sua trajetória como ativista revolucionário. 


Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada.

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