Galeria dos Mártires - Agustín Ramírez e Javier Sotelo
Agustín Ramírez |
AGUSTÍN RAMÍREZ e JAVIER SOTELO
Mártires dos Marginalizados
ARGENTINA * 05/06/1988
Agustín Ramírez, 22 anos e Javier Sotelo, 19 anos.
Trabalhadores mártires da luta dos marginalizados na Grande Buenos Aires,
Argentina.
Eles vivem em um assentamento em San Francisco
Solano, zona marginal da Grande Buenos Aires. Operários e militantes cristãos,
preocupados com a situação social dos seus irmãos e especialmente os jovens. Assassinados na noite de 05 de junho de 1988. Seus corpos, com poucas, porém certeiras balas
de 9 milímetros, os corpos caíram um ao
lado do outro.
Um amigo que descobre o assassinato de Agustín e
Javier é sequestrado, brutalmente torturado e jogado em um campo para que cesse com sua denúncia. A polícia afirma que o crime é devido a um acerto de contas
entre gangues rivais. Em vez disso, vizinhos, amigos e familiares acusam a
própria polícia como responsáveis pelo assassinato. O novo chefe da polícia,
inspetor Laborde, acaba de ser movido de Budge, onde policiais que estavam em sua responsabilidade
mataram três meninos, friamente, na rua e na frente de testemunhas. Quinze dias
antes da morte de Agustín e Javier, uma comissão policial de seis homens
armados, procuraram Agustían, interrogaram vizinhos e deixar uma mensagem clara
para ele: “Diga-lhe que suma, ou vai
morrer”.
Qual é o crime de Agustín para receber tal ameaça?
Sua mãe conta que, na adolescência, ele lia a Bíblia diariamente e queria ser um
cristão, de fato. Sensível à dor dos mais fracos, traz para casa pessoas
carentes da rua: crianças, idosos, mães com crianças. Sua mãe lhe faz ver que
eles são tão pobres quanto os convidados. Em silêncio, Agustín, dá sua cama e
dorme no chão. Aos 16 anos ele decidiu que queria ser um sacerdote e executa todos os
procedimentos para a admissão ao Seminário. Admitido, disse à sua mãe: “Mãe, eu vou perder tempo com muitos anos de
estudo para melhor trabalhar no bairro”. Integrou a Comissão dos “sem-teto”; participa de uma manifestação em Villa Calzada.
São violentamente reprimidos pela polícia e várias pessoas ficaram feridas. Agustín
está entre os que fizeram uma denuncia desta ato covarde dos policiais contra os manifestantes. E por esta denuncia é que se dá sua sentença de morte.
Também é conhecido por ser um membro entusiasta da Equipe
Social, que publica a revista “Latinoamérica
Gaucha”, da qual ele é diretor. Seu objetivo é informar sobre as tarefas do
bairro, os benefícios da organização, orientar os jovens a evitar as drogas e
convidá-los a se divertir saudavelmente em clubes e festivais que são feitas no bairro.
Na sua morte, um menino disse: “Eu creio que Agustín passou o mesmo que passou Jesus...”. Seis mil pessoas de Solano e outros bairros
participaram da Missa por Agustín e Javier. Os trabalhadores, militantes
cristãos, sacerdotes carregam sobre os seus ombros os caixões ao longo de seis
quilômetros até o cemitério. Uma marcha pela vida, presidida pelo Bispo de
Quilmes, Jorge Novak, repetindo os versos do hino de Luther King: “Não temos medo ... vamos vencer ... a paz
virá”.
Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada.
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