DOM HÉLDER CÂMARA e DOM LUCIANO MENDES DE ALMEIDA.
MEMÓRIA PROFÉTICA
DOIS GRANDES HOMENS, QUE FIZERAM DE SUAS VIDAS UM SERVIÇO AO POVO.
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Era a simplicidade encanada, viveu com o povo e como o povo.
Dom Helder foi um dos propositores do documento assinado por cerca de 40 padres conciliares, nas catacumbas de Domitila, em Roma, durante o Concílio Vaticano II.
Conhecido por ter lutado em prol de melhores condições de vida para os mais pobres e também por ter denunciado as torturas da ditadura.
Na Missa dos Quilombos, composta por Pedro Casaldáliga, Pedro Tierra e Milton Nascimento e celebrada no dia 20 de novembro de 1981 em Recife (PE), para um público de 8 mil pessoas, Dom Hélder fez esta profética poesia/oração:
MARIAMA
Mariama, Nossa Senhora, mãe de Cristo e Mãe dos homens!
Mariama, Mãe dos homens de todas as raças, de todas as cores, de todos os cantos da Terra.
Pede ao teu filho que esta festa não termine aqui, a marcha final vai ser linda de viver.
Mas é importante, Mariama, que a Igreja de teu Filho não fique em palavra, não fique em aplauso.
Não basta pedir perdão pelos erros de ontem. É preciso acertar o passo de hoje sem ligar ao que disserem.
Claro que dirão, Mariama, que é política, que é subversão. É Evangelho de Cristo, Mariama.
Claro que seremos intolerados.
Mariama, Mãe querida, problema de negro acaba se ligando com todos os grande problemas humanos.
Com todos os absurdos contra a humanidade, com todas as injustiças e opressões.
Mariama, que se acabe, mas se acabe mesmo a maldita fabricação de armas. O mundo precisa fabricar é Paz.
Basta de injustiça!
Basta de uns sem saber o que fazer com tanta terra e milhões sem um palmo de terra onde morar.
Basta de alguns tendo que vomitar para comer mais e 50 milhões morrendo de fome num só ano.
Basta de uns com empresas se derramando pelo mundo todo e milhões sem um canto onde ganhar o pão de cada dia.
Mariama, Senhora Nossa, Mãe querida, nem precisa ir tão longe, como no teu hino. Nem precisa que os ricos saiam de mãos vazias e o pobres de mãos cheias. Nem pobre nem rico.
Nada de escravo de hoje ser senhor de escravo de amanhã. Basta de escravos. Um mundo sem senhor e sem escravos. Um mundo de irmãos.
De irmãos não só de nome e de mentira. De irmãos de verdade, Mariama.
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Dom Luciano Mendes de Almeida faleceu dia 27 de Agosto de 2006, figura destacada do episcopado brasileiro na caminhada da Igreja Latino-americana, sobretudo em Puebla.
D. Luciano era conhecido como um defensor dos direitos humanos e por causa da sua ternura para com os pobres. Era um homem que dormia pouco. No silêncio da madrugada e na ação misteriosa do Espírito de Deus buscou servir humildemente aos prediletos de Jesus, os pobres.
Durante toda a sua atividade de pastor zeloso, costumava recolher as crianças abandonadas nas praças e calçadas das ruas, principalmente pela madrugada. Seu amor aos pobres o fez servidor e amigo dos pobres e defensor zeloso de suas causas. Sua vida de oração e o testemunho de amor a Deus e ao próximo ajudaram muitas pessoas a se aproximarem de Deus. Este serviço aos pobres abandonados, entre tantos outros, o transformou num pastor simples e humilde.
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ESTES DOIS BISPOS PODEM SERVIR DE EXEMPLOS PARA OS BISPOS E PADRES DE HOJE.
ELES VIVERAM A POBREZA EVANGÉLICA E O COMPROMISSO COM AS CAUSAS DA VIDA.
PELO RECONHECIMENTO DE SEUS TESTEMUNHOS E FÉ, FORAM INICIANDO OS PROCESSOS DE BEATIFICAÇÃO DESTES PROFETAS DO POVO.
Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada.
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