Galeria dos Mártires - Luis Ramón Aredez
LUIS RAMÓN AREDEZ
Mártir da Solidariedade
ARGENTINA * 13/05/1977
Memória dos 43 anos do seu Martírio.
Luis Ramón Aredez, médico, militante cristão. Mártir da solidariedade entre os pobres na Argentina. Pai de quatro filhos. Foi trabalhar na província de Jujuy, no distrito de Libertador General San Martin, na grande propriedade de nome Ledesma, em uma fábrica de açúcar. Grandes Lareiras contaminantes, assim o povo chamava porque é o nome dos proprietários do Engenho. A fortaleza real.
Chefe de pediatria do hospital de Fraile Pintado. Foi preso em sua casa no dia do golpe militar de 24 de março de 1976. Levado para a prisão de Jujuy com cem detentos. Após árduas negociações com o comandante do regimento, o coronel Carlos Bulacio, a sua família pode vê-lo por 10 minutos, depois de três meses de detenção. Sua esposa, Olga, fala com o bispo de Jujuy, José Miguel Medina, que respondeu: “O exército está procedendo bem. Tem de ter paciência... Temos de livrar o país dos comunistas”.
Em agosto, Luis e outros detidos na “Noite dos apagões” são surpreendentemente transferidos a mais de 1500 quilômetros de Jujuy. Durante a viagem eles são espancados, torturados ... Luis é posto na Unidade 9 de La Plata. A cada 20 dias Olga e os filhos os visitavam. Um de cada vez. Neste período de prisão, Luis escreve mais de quarenta cartas. Em umas das cartas, na ocasião do aniversário de Olga, assim ele dizia: “Neste dia, pedirei ao Senhor humildemente por vocês e de maneira especial por minha companheira de toda vida. Conservo sempre a esperança de voltar para o seu lado. Deus há de querer que seja em breve ... Chau, meu amor”.
Sem ter declarado e nem saber de que era acusado, após sete meses, foi liberado durante a noite sem dinheiro, sem documentos, com outros detentos. Depois de chegar em Jujuy, retorna ao seu trabalho diário no hospital de Fraile Pintado, 15 km de Libertador. No dia 13 de Maio de 1977 saiu para o trabalho e jamais regressou a sua casa.
Qual foi o crime de Luis? Será por ter optado - com Olga, dentista – pelos pobres que visita vaem suas cabanas? Por ter se preocupado com a saúde dos trabalhadores quando era médico do Engenho Ledesma? Por exigir ao mesmo engenho de açúcar que pagasse os impostos devidos por 70 anos e colocasse filtros nas chaminés para evitar a contaminação? Por permitir que os trabalhadores temporários ocupassem, no período da colheita, as terras da empresa, para tirá-los para fora do rio que inunda frequentemente?
Luis sempre atuou com a lei na mão. Para os poderosos são crimes que não se perdoa. Fundamentalmente, não toleravam que Luis preferisse os pobres. Ele fazia tudo com a simplicidade dos que seguem os passos de Jesus.
Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada, a partir de leitura da página do Serviço Koinonia.
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