Galeria dos Mártires - Pe. Francisco Soares


Pe. FRANCISCO SOARES
Mártir da Justiça entre os pobres
ARGENTINA * 13/02/1976

Francisco Soares, 54 anos, conhecido com "Pancho", Sacerdote do Movimento dos Sacerdotes do Terceiro Mundo, mártir da justiça entre os pobres de El Tigre, Argentina.

Pe. Francisco Soares nasceu em 1921, em São Paulo, Brasil, e três anos mais tarde mudou-se para Buenos Aires, recebeu sua educação primária em Santos Lugares. Ele viveu no Chile, França e Espanha. Em 1945, ele foi ordenado sacerdote, em 63 foi nacionalizado Argentina. Era Religioso Assuncionista e passou para a Diocese de San Isidro (Bueno Aires) e neste mesmo ano se instala definitivamente em Carupa.

Trabalhava manualmente e vivia em uma casa humilde com um irmão, deficiente mental.

Muitos se lembram dele por uma bela e profunda homilia sobre o "grão de trigo que morre e dá fruto" em 11 de maio de 1975, ao completar um ano do martírio de Carlos Mugica.

Sua maneira clara e forte de pregação foi acentuada nas orações fúnebres pelos mortos do Estaleiro Astarsa. Ele era frequentemente ameaçado e sabia que o seu fim estava chegando. Na noite de 13 fevereiro 1976, o chamaram na porta e um grupo armado de ultra-direita o assassinaram impiedosamente. Também atiraram em seu irmão deficiente mental que veio a falecer alguns dias depois.

Pouco antes de sua morte, ele tinha participado do funeral de um Dirigente Sindicais do Estaleiro Astarsa, que havia sido sequestrado e morto por exigir melhores condições  para os trabalhadores.

Era um homem humilde que ganhou o respeito e carinho das pessoas, pois ele trabalhou para os necessitados como um um deles.

Pe. "Pancho" gerou empreendimentos produtivos, montou uma oficina e criou uma cooperativa. Era muito comprometido com as lutas e as causas do povo.

Por ocasião da celebração de 25 anos de seu martírio foi lido o poema abaixo, escrito por Olga Luccioni em 1998.

13 DE FEBRERO, DE ALLÍ A LA ETERNIDAD

"Pancho Soares, sacerdote, mártir, cirineo..
quisiste llevar en tus frágiles hombros, la cruz
de tus hermanos, pobres y sufrientes,
heridos por la injusticia de una sociedad cobarde.

El Señor te llamó, y acudiste y aceptaste
dejar los cómodos salones y las amplias aulas;
tus puras manos cambiaron la tersura de los libros
y se llagaron en el trabajo duro y solidario.

Carupá te vio recorrer sus calles polvorientas
Y tus pasos imprimieron en el barro
las  huellas evangélicas de quien
sembraba eternidades en esa historia diaria.

Apóstol de la paz, guerrero  ante la lucha
contra el oprobio de hermanos oprimidos,
permaneciendo al lado de quienes no tenían
"otro pan que sus lagrimas" ... y con ellos llorabas.

Pero aún tenía que llegar el tiempo feroz
de las muertes sin sentido,  para quienes
sólo reclamaban sus derechos de hijos de Dios
y el sustento de sus hijos,  y allí estabas de pie.

Y no tuviste miedo, proclamando los Bienaventuranzas,
Que los insensatos soberbios tomaron como proclamas subversivas;
Pobres necios, valientes sólo con armas en las manos,
Temblaron de pavor ante tu humildad y tus verdades.

Entonces buscaron las sombras, cómplices de los tenebrosos,
Y te hallaron en tu humilde casilla, orando al Señor
con un Cristo en la cruz sobre tu pecho enfermo,
Y creyeron acallarte con la vileza de las balas.

Fiel hasta las últimas consecuencias,
Pancho,   hijo del hombre, cirineo y mártir, consagrado;
Tu sangre inocente fertilizó la tierra que abrazaste;
Estás en nuestras almas, alentándonos a continuar tu ejemplo.

Grano de trigo triturado,  cáliz amargo, pan sagrado,
entrega feliz en cada Eucaristía, a imitación de Cristo,
testimonio valioso de aquel aceptado sacrificio,
cantando desde el cielo..."no hay mayor amor que dar la vida".

Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada.

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