Galeria dos Mártires - Pe. Carlos de Dios Murias e Pe. Gabriel Longueville
PE. CARLOS DE DIOS MURIAS e GABRIEL LONGUEVILLE
Carlos é apreciado pela sua abnegação, o seu bom
humor e a sua coragem. Próximo dos humildes, não hesita nunca em ajudá-los, até
materialmente. Todos os que o conheceram diziam que ele era um homem de Deus,
profundamente espiritual e cuja vida está em concordância com o Evangelho de
Jesus.
A Igreja Católica Argentina
começou o processo de canonização de dois padres, mortos durante a última
ditadura (1976-1983). O bispo Roberto Rodriguez fez o anúncio durante uma
homenagem aos padres Carlos Murias Deus e Gabriel Longueville, no cemitério de
El Chamical, a 150 km da capital de La Rioja, onde estão enterrados os dois
sacerdotes.
Mártires da Justiça e La Rioja
ARGENTINA * 18/07/1976
Carlos de Dios Murias nasceu a 10 de Outubro de 1945 em Córdoba
(Argentina), no seio de uma família apegada aos valores religiosos e morais. É
por essa altura que sobe ao poder Juan Peron, apoiado pela popularidade da sua
esposa, a célebre Evita Peron.
Em 1955, Peron é afastado do poder por uma Junta Militar e Carlos, ao
longo de quase toda a sua existência acaba por não conhecer outra coisa senão a
instabilidade e a crise na qual a ditadura militar mergulha o país até 1973.
A sua irmã Maria Cristina descreve-o como um adolescente idealista,
piedoso e sensível à condição dos oprimidos. Opta pela vida religiosa. É
admitido entre os franciscanos conventuais. Deixou-se cativar pelo carisma de
São Francisco de Assis, pela pobreza e pelo empenhamento apostólico dos frades.
Foi ordenado sacerdote em 17 de dezembro de 1972. Após a sua ordenação
sacerdotal, se encarrega da paróquia de El Salavdor de La Rioja e colabora com
o Enrique Angelelli, bispo que Carlos admira muito particularmente.
Angelelli revela-se entusiasta no apostolado e comprometido na
evangelização e defesa dos direitos dos oprimidos. Posteriormente, Carlos
torna-se colaborador da paróquia de Chamical juntamente com Gabriel
Longueville, padre francês, delegado do episcopado de França para a América
Latina.
Gabriel José Rogelio Longeville,
nasceu na França, em 18 de março de 1931. Em uma família de camponeses simples,
com um coração verdadeiramente cristão.
Ingressou no Seminário Saint
Charles. Logo depois foi para o Seminário de Viviers, onde estudou Filosofia e
Teologia, terminado os estudos Viviers,
onde estudou Filosofia e Teologia, terminando os estudos foi ordenado sacerdote
em 23 de julho de 1957.
Em 1969, ele viajou para o
México, onde aperfeiçoou seu castelhano e exerceu o seu ministério sacerdotal
unto a uma comunidade indígena.
Chega na Argentina no final de
1970, enviado pela Comissão Episcopal francesa para a América Latina (CEPAL).
Ele se estabeleceu em Chamical juntamente com Pe. Carlos em 23 de fevereiro de
1972.
Homem de paz, sensível, muito
falante, de alma profunda que exerceu um grande trabalho em favor dos mais
pobres. Profundamente piedoso e devoto, viveu o evangelho e a pobreza real, com
a facilidade de um nascido para isto.
Um artista nato, fazia escultoras
e pintura, era autodidata.
Foram suficiente cinco anos para
aprender a amar esta terra argentina e entrega sua vida, numa dedicação total
aos princípios do Evangelho e ao serviço ao povo.
O compromisso e o martírio
Os dois homens entendem-se
perfeitamente e entregam-se comprometidamente em favor da população empobrecida
da sua comunidade, explorada em condições humilhantes pelos ricos
proprietários.
Longe de qualquer atividade
política, exercem o seu ministério em plena comunhão com o seu bispo, cuja
linha de conduta eles seguem: fidelidade às orientações do Concílio Vaticano II
e diretrizes da Conferência de Medelin para a América Latina.
Porém, na noite de 17 de Julho de
1976, os dois sacerdotes foram sequestrados logo após terminar o jantar na casa
das Irmãs de São José. Eles foram levados por dois homens à paisana que afirmam
ser da Polícia Federal. Três dias depois, são encontrados por um grupo de 20
trabalhadores ferroviários à beira da estrada de ferro, perto de Chamical.
Tinham sido brutalmente torturados e os cadáveres estavam crivados de balas.
Pe. Carlos tinha 30 anos e Pe. Gabriel tinha 43 anos.
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