Galaria dos Mártires - Jorge Julio López

JORGE JULIO LÓPEZ
Lutador pelos Direitos Humanos, Desaparecido
ARGENTINA * 18/09/2006

13 anos de impunidade e ocultação.

Neste ano já se vão 13 anos de impunidade e ocultação para o primeiro desaparecido na democracia Argentina que ganhou visibilidade nacional, embora tenham outros casos de desaparecidos neste período democrático.

Jorge Julio López, militante pelos Direitos Humanos cujo testemunho foi fundamental nesta fase final contra os algozes que tinham desaparecido e torturado ele e companheiros durante a ditadura civil-militar. Seu corajoso testemunho foi peça chave para a condenação de Miguel Etchecolatz, diretor de Investigação da polícia de Buenos Aires no cruel período da ditadura militar no país.

Seu segundo desaparecimento ocorreu no mesmo dia em que foi anunciado a sentença de prisão perpétua contra repressor., 18 de setembro de 2006.

Durante estes anos de desaparecimento o caso de Jorge Julio foi deixado de fora da agenda do "governo dos direitos humanos". Seu nome nunca foi sequer pronunciado pela presidente Cristina Kirchner quando o caso chocou o país e em particular a cidade de La Plata, da qual ela é oriunda. 

O silêncio oficial foi completado pelos juízes Arnaldo Corazza e Manuel Blanco que desviaram as "investigações" que faziam os advogados e organizações de direitos humanos que acompanhavam Lopez. 

Porém, as estruturas policial herdada do Etchecolatz, nunca foi investigada. Em suas fileiras estão ativos cerca de 9.000 agentes que foram da força durante a ditadura militar. No segundo desaparecimento de Lopez seguiram o sequestro de Juan Puthod, Luis Gerez, Victor Martinez e assassinato de Silvia Suppo Santa Fe. 

Todos eles também foram testemunhas em julgamentos contra o genocídio. Nenhum foram esclarecidas. O Lopez não foi o primeiro caso de uma pessoa desaparecida na área Buenos Aires sob o governo constitucional: antes ocorreu os desaparecimentos de Miguel Bru e Andrés Nuñez; em seguida, o de Luciano Arruga. Há pelo menos duas centenas de casos de desaparecimentos na democracia e cerca de 4.000 casos sendo investigado. 

A polícia Buenos Aires, a principal força armada do país, encabeça a lista de suspeitas. Todas as facções políticas que governaram a província pactuaram com sua impunidade pelos seus crimes e negócios. 

O povo ainda segue lutando contra a repressão e exigindo o aparecimento de seus compatriotas e familiares. Seguem impulsionados com todos os lutadores e lutadoras para que a Verdade, a Justiça e a Paz se estabeleça no País.

Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada.

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