VICENTE HORDANZA GÓMEZ
Mártir dos Camponeses
PERU * 14/06/1983

Vicente Hordanza Gómes, nasceu em 1935, em  Fernán Caballero,  província de Ciudad Real, Espanha. Foi ordenado em 1967 e partiu como missionário para a Colômbia onde permaneceu até fevereiro de 1973. 

Em outubro de 1974, Vicente chegou ao Peru, onde esteve como pároco de Chancay, até seu martírio em 14 de junho de 1983.

Vicente esteve sempre identificado com os pobres, com os camponeses, com os marginalizados, com os jovens e com todos eles sofre as consequências de um sistema injusto e de uma sociedade desumana. E sua atitude não foi bem vista pelas classes sociais poderosas e dominantes e por sua postura e compromisso com o povo foi acusado de agitador.

De uma vida simples, sempre generoso com tod@s, sempre sorridente e espirituoso, trazia alegria a tod@s, bem como sempre comprometido e preocupado com a vida dos mais pobres. Assim ele conquistou a simpatia do povo.

Nas reuniões com o povo, se mostrava sempre feliz e bem humorado, ao mesmo tempo que com sabedoria e nitidez aprofundava as questões da realidade atual em que viviam.

Sua vida sacerdotal sempre esteve pautada pela:
Fidelidade à Igreja latino-americana, seguindo as orientações de Medellín e Puebla.
Fidelidade ao povo a quem se entregou para dar sua vida por eles.

Vicente fez da fé, esperança e caridade o eixo de sua vida cristã, de sua espiritualidade e  de sua vida apostólica.

Como outras tantas vezes, em 13 de junho de 1983, subiu o caminho de Lampián para celebrar uma festa do santo padroeiro e se reunir com os camponeses. Essa foi a sua última subida.

Após a celebração da Eucaristia, ele se retirou para rezar e descansar longe da agitação e do barulho da festa, em um quarto humilde, sem qualquer segurança, com um cama e poucas coisas mais, ao estilo das casas nas montanhas, sem a menor suspeita de que seus torturadores e assassinos estavam esperando por ele lá.
                                       
Vicente foi torturado e morto tarde da noite, fora da aldeia, sem o direito de se defender, poucas horas depois de celebrar a Ceia do Senhor, em memória do santo padroeiro: San Antonio de Pádua, em Lampián.

Ao anoitecer do dia 14, ele seria transferido para o necrotério de Chancay, com sinais de tortura e uma perfuração na cabeça de cerca de 15 centímetros.

Vicente não apenas ofereceu, como sacerdote, o Corpo e Sangue do Senhor, mas horas depois ele ofereceu para seu povo, seu próprio corpo e seu próprio sangue.

Quando a notícia de sua morte foi ouvida, a cidade inteira estava convencida de que era um ataque e que ele havia sido torturado por defender as causas do povo.

Ele foi enterrado na cidade de Chancay, onde serviu como pároco durante quase nove. E o sinal dessa presença dele na vida do povo, são as flores frescas que acompanham permanentemente seus restos mortais no cemitério daquela cidade.

Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada.

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