Galeria dos Mártires - Sebastião Rosa da Paz
SEBASTIÃO ROSA DA PAZ
Líder Sindical e Cantador do Povo
URUAÇU – GO * 29/08/1984
Sebastião Rosa da Paz, conhecido entre os militante como Tião da Paz, nasceu em 1º de outubro de 1937, no Município de Catalão - Goiás, filho de Alarico Policeno Rosa e de Maria da Paz dos Santos. Alguns anos mais tarde, na década de 40, mudou-se para a Colônia Agrícola de Goiás, instalando-se no Córrego Ramalho, próximo ao povoados de Quebra-coco e de Bom Jesus, hoje, distritos de Ipiranga de Goiás.
Pai exemplar, amante carinhoso de sua família de 8 filhos, batalhador incansável na causa dos oprimidos, cristão militante da justiça, Tião da Paz era um homem simples que irradiava alegria com seu jeito e sua sanfona.
Lavrador sem terra, foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Uruaçu, GO. Era também animador das CEB’s e sua figura ficou emblemática nas romarias goianas.
O latifúndio o assassinou sadicamente no dia 29 de Agosto de 1984, na própria casa, diante da esposa e dos filhos.
Dele cantou o poeta justamente: ”Já não serás apenas “Rosa”, mas uma Primavera inteira convocada”.
Abaixo um poema do livro: Raízes, Memória dos Mártires da Terra, de Jelson Oliveira.
SEBASTIÃO ROSA DA PAZ
Existiu a fonte, límpida, rebentada de uma nuvem.
Existiu a asa, ferida, sinuosa, quando atravessamos o cerrado.
Existiu brancura penetrando os corpos,
Sem nascente para o entendimento.
Uma metáfora de pássaro. Um horizonte desconcertado.
Uma nervura improvável passando sobre as vozes.
Existiu um menino chorando sem pão.
O fogo pelejando na rocha, atordoado,
Esgueirando a melodia sobre os ombros,
Descendo para as fontes.
E existiu o branco: da rosa, da paz, da seiva.
E existiu a cor do silêncio, plantada em oferenda.
Fluindo da água ao fim das temperaturas.
(Não me recolho para a noite
Sem na mão tua rosa, Tião, íntima das sombras.
De noite tenho mais medo dos precipícios...)
Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada.
Uau!!! Acabei de descobrir que o Tião da Paz era meu tio avô, adorei a história dele e o senso de justiça que o norteava
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