Galeria dos Mártires - Massacre de Corumbiara
MASSACRE DE CORUMBIARA
Mártires da luta pela Terra
Mártires da luta pela Terra
CORUMBIARA, RO * 09/08/1995
Na madrugada do dia 09 de Agosto o acampamento da Santa Elina foi cercado por todos os lados e começou o que foi o massacre de Corumbiara, onde foram assassinados 10 trabalhadores sem-terra..
Os posseiros foram pegos de surpresa, pois era noite escura e eles estavam desmobilizados.
Os posseiros foram acordados com bombas de gás lacrimogênio que a todos sufocavam, tiroteio por longas horas com armas muito pesadas, mulheres foram usadas como escudo humano pelos policiais e por jagunços.
Segundo relatos um grande número de jagunços, alguns vestidos como policiais entraram infiltrados no meio das tropas e muitos homens estavam encapuzados. O acampamento foi totalmente destruído e depois incendiado. Não sobrou nada do que os camponeses haviam levado para começar o que seria uma vida nova. Tudo se transformou em pesadelo.
O que aconteceu naquela noite e naquela manhã, não foi testemunhado pela imprensa, mas as marcas estão presentes naqueles corpos e naquelas almas que sofreram torturas indescritíveis e os que sobreviveram puderam contar o que aconteceu ali, embora suas vozes tenham sido sufocadas, desqualificadas, ou simplesmente ignoradas durante as apurações processuais e durante o júri.
Os homens que não morreram ou não conseguiram fugir pela mata foram presos e obrigados a se deitarem no chão com o rosto na lama e policiais e jagunços pisavam sobre eles e os espancavam com chutes em todas as partes do corpo e davam pauladas em qualquer um que ousasse levantar a cabeça.
Depois foram amarrados com cordas e arrastados até o QG da PM, no campo de futebol do PA Adriana, como mostra a foto abaixo.
Os homens ficaram por longas horas, sem água, sem comida, apanhando e sofrendo todo tipo de humilhações.
As mulheres e as crianças também ficaram presas em cima de caminhões por longas horas sob um sol escaldante, passando fome e sede. Os posseiros foram presos, mortos e torturados e o acampamento foi completamente destruído.
Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada.
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