Galeria dos Mártires - Antônio Conselheiro
Patriarca
do Povo Sertanejo
CANUDOS –
BA * 22/09/1897
Antônio Vicente Mendes Maciel, o
Conselheiro por antonomásia, nasceu no sertão do Ceará em 1829, na cidade de
Quixeramobim. Desde a juventude sentiu e
percebeu as injustiças praticadas contra o povo pobre do sertão e se acendeu
nele a paixão pela libertação desse povo.
Tornou-se educador e missionário leigo, e em suas
peregrinações pelo sertão por mais de 20 anos, foi deixando por onde passava,
marcas de sua fé e de seu compromisso social, construindo, em mutirão,
barragens, açudes, capelas, cemitérios. Conquistando com sua palavra e seu
testemunho o povo do sertão, que na época “vivia abandonado pela Igreja,
acorrentado pelos coronéis, perseguido pelo Estado”.
Depois dos 20 anos de peregrinação pelo Nordeste,
amado do povo e incompreendido ou perseguido pelas várias autoridades,
Conselheiro sentiu de perto o atraso sistemático e o descontentamento das
massas populares e resolveu, por volta de 1893,
colocar em prática seu objetivo de formar, com nordestinos retirantes,
uma comunidade igualitária: Belo Monte
(Canudos), na região do Raso da Catarina, cortada pelo rio Vasa-Barris.
Rapidamente a comunidade cresceu e em poucos anos
tornou-se uma das maiores cidades do Nordeste, com 25.000 habitantes. Ordeira,
religiosa, produtiva, comunitária.
A reação dos
coronéis, dos políticos e de setores da Igreja não se fez esperar e começou a
guerra de Canudos, a maior guerra camponesa do século XIX. As três primeiras expedições militares foram
derrotadas pelos sertanejos. A quarta
expedição da polícia e do exército, munida de milhares de homens e de potentes
canhões conseguiu destruir, à 5 de outubro de 1897, a grande cidade comunitária
do Brasil.
Até o último sobrevivente foi degolado, incluindo
as crianças. Canudos virou cinzas, mas
virou também, por seu sonho e resistência, bandeira de luta e de esperança do
outro Brasil que almejamos.
Canudos vive e vive Antônio Conselheiro, patriarca
do povo do sertão.
Texto retirado da Galeria dos Mártires, no Santuário de Ribeirão Cascalheira, MT
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