Galeria dos Mártires - Daniel Bombara

DANIEL BOMBARA
Mártir dos universitários comprometidos com os pobres.
ARGENTINA * 15/12/1975



Daniel Bombara era um militante da Juventude Peronista surgido da Juventude Universitária Católica (JUC) da Bahía Blanca, província de Buenos Aires. Muito engajado nos movimentos apostólicos da diocese, seu compromisso nas lutas de libertação dos marginalizados foi motivo bastante para que as forças repressivas da região decidissem sua morte.

Ele foi preso no final de dezembro de 1975, duas semanas depois que os Montoneros emboscaram uma van do exército para roubar armas. O chefe da Unidade Regional 5, Major Ricardo Bartola registra na ata que a prisão foi "sem resistência", que "o processo foi feito pelo brigadeiro-general Jorge Olivera Rovere sob o controle operacional das Forças Armadas"

Daniel Bombara foi torturado até a morte e o primeiro desaparecido da Bahia Blanca. Para não devolver seu corpo com sinais de tortura, Suárez Mason montou uma bruta operação psicológica, que um mês após a morte o juiz Maduro arquivou sem investigação e sem hesitação. 

Primeiro informou que, na noite de 01 de janeiro, algemado e escoltado por três policiais, Bombara tinha conseguido abrir a porta do carro da polícia e se jogado para a calçada. "Tão rápido evento não foi possível obter testemunhas, apesar que no local circulava vários veículos em diferentes direções", escreveu o funcionário José Alberto Rodríguez, enviado de La Plata pela Direção de Investigação a polícia de Buenos Aires. 

A fraude não terminou aí. Na manhã do dia 03 de janeiro de 1976 foi simulado o roubo do cadáver, que um grupo de desconhecidos teria interceptado a ambulância da Unidade Regional 5 que o levava da prisão para o necrotério Villa Floresta Hospital Municipal. 

Para encobrir o crime eles se mandaram o corpo a 700 quilômetros, o queimado, e inventou um fábula que difundiram no jornal La Nueva Provincia que a Justiça investiga sua "campanha de desinformação comprovada e propaganda negra", de acordo com o tribunal que condenou o primeiro grupo de bahienses repressores. Em 2011, a Equipe Argentina de Antropologia Forense identificou os restos de Bombara em uma cova sem identificação em um cemitério em Merlo.

"Eu vivi durante 12.953 dias em um estado de incerteza", resumiu sua filha Paula. "Foram desaparecendo com meu amor e meu mundo de afetos", disse. 

Por decisão de Paula e Andrea Fasani, a esposa de Daniel, suas cinzas foram enterrados na Ireja da Santa Cruz. 

Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada.

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