Galeria dos Mártires - Elisabeth Käsemann

ELISABETH KÄSEMANN
Mártir pela Causa dos Pobres
ARGENTINA * 23/05/1977

Elisabeth Käsemann, socióloga, nascida em 11 de maio de 1947, em Gelsenkirchen, Alemanhã. Seu pai Ernst Käsemann, um dos teólogos luterano mais importantes do país, era um membro da resistência anti-nazista e sua Sra. Margrit Wizermann. 


Completou seus estudos primários e secundários em Göttingen e Tübingen durante os anos de 1954-1966. Como tinha uma forte sensibilidade social e política, Elisabeth organizou em seu colégio em Tübingen uma "discussão política do clube". Mais tarde, estudou sociologia na Universidade Livre de Berlim, onde alemães e intelectuais socialistas latino-americanos estavam ligados. Participou em seminários junto com Rudi Dutschke, e outros líderes socialistas, bem como em manifestações anti-fascistas e contra a Guerra do Vietnã. E também se juntou ao círculo de solidariedade para com o Instituto do Terceiro Mundo de Sociologia Otto-Suhr na Universidade Livre de Berlim. Elisabeth também falava fluentemente Inglês, Francês, Espanhol e Português.

No final de 1968 Elisabeth viajou para a América Latina, e acabou fixando-se em Buenos Aires, Argentina, onde apoiou os trabalhadores do movimento de bairro e os trabalhadores que revindicavam por justiça social. Durante os anos 70, ajudou as pessoas ameaçadas de morte a fugirem da Argentina, fornecendo documentos falsificados e os enviando para fora do país. Esta atividade foi suficiente para que em 1977 o governo militar argentino a considera-se um membro do movimento subversivo.

No dia 08 março de 1977 se reuniu em Buenos Aires com sua amiga Diana Houston (cidadã britânica) e contou a ela que estava sob vigilância e sendo perseguida por pessoas desconhecidas. No dia seguinte, Elisabeth foi presa por pessoas não identificadas que a levou ao quartel militar "Campo Palermo", um conhecido centro de tortura em Buenos Aires. Posteriormente foi levada para o campo de concentração conhecido como "Vesúvio" no La Tablada, em Buenos Aires. Eli foi constantemente torturada. Poucos dias depois a amiga de Elisabeth, Diana Houston também foi presa pela polícia militar, que a questionaram sobre as atividades de Elisabeth Käsemann. A intervenção rápida do governo britânico permitiu a liberação de Diana. Houston.

Elisabeth foi vista durante algumas semanas em "Vesúvio" por algumas pessoas, incluindo prisioneiros e também por Ana Elena Alfaro Di Salvo, que sobreviveu à ditadura. Elisabeth não recebeu ajuda médica, apesar de estar com a saúde debilitada por causa das torturas. Esteve em "Vesúvio" até a noite de 23 de maio de 1977, quando, juntamente com outros 15 prisioneiros foi separada do grupo e todos foram levados para um local desconhecido para serem assassinado.

No dia 26 de maio de 1977 o general Carlos Guillermo Suárez Mason, chefe da primeira área do Exército em Buenos Aires, informou publicamente que "em um confronto entre guerrilheiros e as forças de segurança, foram mortos 16 rebeldes". General Suarez Mason publicou a lista dos "guerrilheiros mortos", 12 homens e 4 mulheres, incluindo Elisabeth Käsemann. Em 4 de junho, um médico de confiança da embaixada alemã em Buenos Aires descobriu que o corpo de Elisabeth Käsermann foi baleado nas costas. As balas destruiu o coração, de acordo com médico.


A embaixada alemã em Buenos Aires escondeu por dois dias informações oficiais sobre a morte de Elisabeth Käsemann, de modo a não perturbar o jogo de futebol entre Argentina e Alemanha, da seleção da Copa do Mundo.

Os corpos das vítimas de "Monte Grande" permaneceram escondidas durante duas semanas após o assassinato. Somente em 06 junho de 1977, o governo militar reconheceu oficialmente a morte de Elisabeth Käsemann. Poucos dias antes, o inspetor oficial Carlos Eulogio Castro, havia realizado um "reconhecimento médico-legal" do cadáver de Elisabeth Käsemann, assinou sob pressão militar um relatório falso. Posteriormente, em uma investigação administrativa, Castro afirmou que por se encontrar sob pressão militar falsificou o relatório médico, e justificou que as condições para a perícia eram precárias porque faltava luz suficiente, não tinha instrumentos médico adequado e nem aparelho de raio-X para apurar as causas da morte de Elisabeth Käsemann.

No dia de seu enterro em Lustnau perto Tübingen, seu pai afirmou: "Elisabeth deu sua vida pela liberdade e justiça em um país que ela mais amava. Unidos firmemente a seus sonhos, sofremos a nossa dor com a ajuda de Cristo e não esqueceremos da bondade e alegria que ela nos deu em vida". 

Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada.

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