Galeria dos Mártires - Pe. João Bosco Penido Burnier
PE. JOÃO BOSCO PENIDO BURNIER
Jesuíta Missionário
RIBEIRÃO CASCALHEIRA – MT *
11-12/10/1976
Era
a tarde do dia 11 de outubro de 1976. Duas mulheres sertanejas, Margarida e
Santana, estavam sendo torturadas na cadeia-delegacia de Ribeirão Bonito, Mato
Grosso, lugar e hora de latifúndio prepotente, de peonagem semi-escrava e de
brutalidade policial.
A
comunidade celebrava a novena da padroeira, Nossa Senhora Aparecida. E nesse
dia haviam chegado ao povoado o Bispo Pedro e o Padre João Bosco Penido
Burnier, mineiro de Juiz de Fora, jesuíta, missionário entre os índios
Bakairi. Os dois foram interceder pelas mulheres torturadas. Quatro policiais
os esperavam no terreiro da delegacia e apenas foi passível um diálogo de
minutos. Um soldado desfechou no rosto do Padre João Bosco um soco, uma
coronhada e o tiro fatal.
Em
sua agonia, Padre João Bosco ofereceu a vida pelo CIMI e pelo Brasil, invocou
ardentemente o nome de Jesus e recebeu a unção. Foi morrer, gloriosamente
mártir, no dia seguinte, festa da Mãe Aparecida, em Goiânia, coroando assim uma
vida santa. Suas últimas palavras foram as do próprio mestre: “Ofereço minha vida pelo CIMI..., pelo povo do Brasil... Acabamos nossa tarefa!”
- “Temos que nos inculturar
(no povo indígena) para poder transmitir o Evangelho e descobrir na vida dos
índios os valores evangélicos; não nos desvencilhamos do nosso contexto
cultural...”.
- “O essencial da vida cristã é que haja vida. Não é um
“resultado”, também não é uma “semente” – é a vida daquele povo concreto
informado pelo Espírito do Evangelho...”.
- “Levamos sobre nós um pecado histórico que só com o testemunho
da vida poderemos superar”.
- “Não é a partir de um povo destruído que se vai a estabelecer
uma missão”.
- “A encarnação já é evangelização”.
- “...Contra esses abusos da autoridade e da falsa justiça, temos
que opor nossos protestos e a nossa ação pública; mesmo com o risco de
ficar-nos expostos a represálias e à incompreensão das “autoridades”.
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