Galeria dos Mártires - Martin Luther King Jr.
MARTIN LURHER KING Jr.
Mártir da Liberdade
MEMPHIS, EUA * 04/04/1968
Martin Luther King, nasceu em 15 de janeiro de
1929, Atlanta (EUA) e foi assassinado no dia 4 de abril de 1968, Memphis (EUA)
“Eu tenho um
sonho. O sonho de ver meus filhos julgados pelo caráter, e não pela cor da pele”.
Este é um trecho do famoso discurso de Martin Luther King em Washington,
capital dos Estados Unidos, proferido no dia de 28 de agosto de 1963, numa
manifestação que reuniu milhares de pessoas pelo fim do preconceito e da
discriminação racial.
Martin Luther King Jr. era filho e neto de pastores
protestantes batistas. Fez seus primeiros estudos em escolas públicas
segregadas e graduou-se no prestigioso Morehouse College, em 1948.
Formou-se em teologia pelo Seminário Teológico
Crozer e, em 1955, concluiu o doutorado em filosofia pela Universidade de
Boston. Lá conheceu sua futura esposa, Coretta Scott, com quem teve quatro
filhos.
Em 1954 Martin Luther King iniciou suas atividades
como pastor em Montgomery, capital do estado do Alabama. Envolvendo-se no
incidente em que Rosa Parks se recusou a ceder seu lugar para um branco num
ônibus, King liderou um forte boicote contra a segregação racial. O movimento
durou quase um ano, King chegou a ser preso, mas ao final a Suprema Corte
decidiu pelo fim da segregação racial nos transportes públicos.
Em 1957 tornou-se presidente da Conferência da
Liderança Cristã do Sul, intensificando sua atuação como defensor dos direitos
civis por vias pacíficas, tendo como referência o líder indiano Mahatma Gandhi.
Em 1959, King voltou para Atlanta para se tornar
vice-pastor na igreja de seu pai. Nos anos seguintes participou de inúmeros
protestos, marchas e passeatas, sempre lutando pelas liberdades civis dos
negros.
Os eventos mais importantes aconteceram nas cidades
de Birmingham, no Alabama, St. Augustine, na Flórida, e Selma, também no
Alabama. Luther King foi preso e torturado diversas vezes, e sua casa chegou a
ser atacada por bombas.
Em 1963 Martin Luther King conseguiu que mais de
200.000 pessoas marchassem pelo fim da segregação racial em Washington. Nesta
ocasião proferiu seu discurso mais conhecido, “Eu Tenho um Sonho”. Dessas manifestações nasceram a lei dos
Direitos Civis, de 1964, e a lei dos Direitos de Voto, de 1965.
Em 1964, Martin Luther King recebeu o Prêmio Nobel
da Paz. No início de 1967, King uniu-se aos movimentos contra a Guerra do
Vietnã. Em abril de 1968, foi assassinado a tiros por um opositor, num hotel na
cidade de Memphis, onde estava em apoio a uma greve de coletores de lixo.
Abaixo o seu
discurso:
“Eu digo a
você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e
amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho
americano.
Eu tenho um
sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de
sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos,
que os homens são criados iguais.
Eu tenho um
sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de
escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar
junto à mesa da fraternidade.
Eu tenho um
sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira
com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será
transformado em um oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um
sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde
elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu
tenho um sonho hoje!
Eu tenho um
sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador
que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia
no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos
brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um
sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão
abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão
endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.
Esta é nossa
esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós
poderemos cortar da montanha do desespero e transformar em uma pedra de
esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de
nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos
trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, defender a liberdade juntos, e
quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando
todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.
“Meu país,
doce terra de liberdade, eu te canto.
Terra onde
meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos.
De qualquer
lado da montanha, ouço o sino da liberdade!”
E se a
América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.
E assim
ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New
Hampshire.
Ouvirei o
sino da liberdade nas poderosas montanhas de Nova York.
Ouvirei o
sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.
Ouvirei o
sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.
Ouvirei o
sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.
Mas não é só
isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.
Ouvirei o
sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.
Ouvirei o
sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.
Em todas as
montanhas, ouviu o sino da liberdade.
E quando isto
acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos
ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós
poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e
homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e
cantar:
Livre afinal,
livre afinal!.
Agradeço ao
Deus todo-poderoso,
nós somos
livres afinal”.
28 de agosto de 1963
Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada.
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